ILUSÃO MORTA

            Todas as ilusões se foram

            E agora me sinto perdida no vazio.

            Solidões de desesperanças e medos

            Intraduzíveis, tão silenciosos

            Quanto à morte cega, duvidosa;

            A morte que leva tudo sem levar nada.

            Todas as manhãs nascem iguais,

            Tão escuras quanto a noite,

            Silenciosamente loquaz e tumultuosa.

            Mas eu canto com a noite... um canto sem som...

            E danço sem movimento... e rio...

            No encanto do seu sono de beija-flor.

            Te procuro entre as estrelas,

            Nos raios do sol,

            Em todos os olhos...

            Em todas as lágrimas...

            Eu te sinto em mim

            Mas você é apenas um sopro

            No ar do meu mundo sem ar.

            Apenas um sopro.

            Um sonho.

            Real somente aos meus sentidos.

            Uma ilusão morta de vida.

     Cega de realidade e solidão.

                  (do livro ÊXTASE)